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A Biomedicina precisa se reinventar

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Dr. Fábio A. C. Baía é Biomédico especialista em Hematologia e em Saúde Pública, mestrando em Análises Clínicas.

O mercado de trabalho, para todas as profissões, está cada vez mais acirrado. Quando se trata de candidatos da mesma profissão concorrendo a vagas de emprego, nem especialização, nem mestrado ou doutorado é capaz de garantir o emprego dos profissionais. Além da disputa interna, está mais evidente, nos dia de hoje, a concorrência entre profissões diferentes para ocupar uma vaga em certas áreas afins.
Na Biomedicina, por exemplo, as vagas em Análises Clínicas são ocupadas por diferentes profissões como o próprio Biomédico, o farmacêutico (bioquímico) o médico patologista clínico, além de médicos veterinários (dentro da sua área de atuação) e até mesmo biólogos (mesmo achando que o curso de biologia não capacita para análises clínicas, mas eles vêm atuando demasiadamente). Outra área que vem sendo ocupada por vários profissionais diferentes é a Acupuntura.
A verdade é que a Biomedicina sempre vem atuando em áreas comuns a outros profissionais. Esta verdade é dura, mas deve ser dita: não há uma área exclusiva e/ou privativa da Biomedicina, mas mesmo assim há a preferência para contratação de Biomédicos para algumas áreas, devido talentos individuais e grade curricular do curso, que é voltado mais para o Diagnóstico Laboratorial. Então veremos sempre o maior número de profissionais nas empresas do ramo análises clínicas sendo Biomédicos.
As vagas diminuem e o número de profissionais formados aumenta! O que fazer então para que os Biomédicos ascendam sua carreira? Minha resposta seria: a Biomedicina precisa se reinventar.
A Biomedicina é uma profissão ampla, tendo como habilitações conhecidas: Análises Clínicas, Acupuntura, Análise Ambiental, Bromatologia, Auditoria, Biofísica, Biologia Molecular, Bioquímica, Biossegurança, Citologia Oncótica, Coleta de Material, Docência e Pesquisa, Estética, Embriologia e Reprodução Humana, Farmacologia, Fisiologia, Genética, Hematologia e Banco de Sangue, Histologia e Histotecnologia Clínica, Imagenologia e Radiologia, Imunologia, Indústria e Comércio, Informática, Microbiologia, Parasitologia, Perfusão Extracorpórea, Psicobiologia, Saúde Pública e Toxicologia e Neuronavegação.


Então com tantas habilitações a Biomedicina ainda precisa ser reinventada? Sim. Quantos profissionais Biomédicos nós conhecemos que trabalham com Licenciamento Ambiental? Quantos com reprodução humana? Há muito para se explorar nestas áreas e em todas as outras, inclusive há como reinventar também a Análises Clínicas.
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Imagem 1: Acupuntura Integrativa e medicina alternativa

Atualmente alguns profissionais, como a Dra. Cinthya Carlene Quaresma em Belém, especialista em Imagenologia e Acupuntura Integrativa, tem atuado em áreas pouco exploradas na medicina alternativa, como Aroma Terapia e Ventosa Terapia (cupping ficou mundialmente mais conhecida na última Olimpíada do Brasil de 2016, no Rio de Janeiro, quando alguns atletas apareceram com marcas de ventosas espalhadas pelo corpo).

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Imagem 2: Uso de cupping para aumento de desempenho (fonte: www.hong.com.br)

Mais recentemente tem ocorrido um boom de Biomédicos especialistas em Biomedicina Estética, se destacando fortemente dentre outros profissionais, muito disto devido à grade curricular que propicia esta versatilidade. Esta área é tão promissora que até foi criada uma sociedade científica própria contendo sua agenda de eventos e provas de especialistas (http://www.sbbme.org.br) e possui um amplo campo de atuação (http://biomedicinaestetica.bmd.br/campo-de-atuacao-na-estetica). O Dr. Silvério e a Dra. Cibelly Aguiar são uns dos pioneiros neste ramo em Belém.
Até mesmo dentro das Análises Clínicas há como a Biomedicina ser reinventada. Tal pode ocorrer quando os Biomédicos começarem a pensar como empreendedores e não como empregados/colaboradores. A grande maioria dos Biomédicos quer, ao se formar, ir direto ao mercado de trabalho, entretanto ele está “inchado”. Não é ruim, pois os melhores, em regra, serão selecionados. Mas caso o Biomédico tenha condições ou oportunidade de se especializar e/ou conhecer outros mercados ele deve fazer isto, seja cursando um mestrado diferenciado, uma especialização ou uma residência. Não é possível que de 500 formandos por ano, não haja pelo menos 1 que queira investir algum tipo de capital. As oportunidades são variadas, como montar uma clínica de Biomedicina Estética, Clínica de Acupuntura ou, até mesmo, um Laboratório.
Na reinvenção da Biomedicina podemos encontrar um ramo de Organização chamada de COOPERATIVA. Uma área pouco explorada no Brasil, menos ainda por Biomédicos. Uma cooperativa pode atuar em todos os ramos profissionais possíveis. Assim, com pelo menos 20 Biomédicos, podem ser criadas Cooperativas de Saúde, como clínicas, laboratórios, consultoria, gerenciamento de unidades de saúde pública, clinicas de diagnóstico por imagem, telemedicina, clinicas relacionadas à reprodução humana, etc. Já imaginou se todos os 22 ou mais empregados do Laboratório A e os 18 do Laboratório B se unissem e montassem 1 ou 2 Cooperativas como Laboratório? Ou se recém formados, depois que estudassem ou se especializassem em varias áreas resolvessem criar suas empresas ou Cooperativas? O mercado estaria aberto sempre para cooperados, os salários (aqui seria remuneração) seriam melhores e as empresas que não são de Biomédicos teriam que melhorar os salários para segurar os melhores.
Não acredito que dentre cerca de 500 formando somente em Belém, não tenham 20 Biomédicos com potencial e vontade para serem independentes nos seus próprios empreendimentos.
Há tantos ramos que podemos atuar como Biomédicos. Sejamos criativos!

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