Autopsia em pacientes que foram à óbito devido a COVID-19 constituem um passo importante para melhorar nosso conhecimento na fisiopatologia da infecção por SARS-CoV-2. As análises sistemáticas do tecido pulmonar, o órgão visado pela doença, foram realizadas principalmente durante a primeira onda da pandemia. As análises das lesões patológicas em diferentes momentos oferecem uma boa oportunidade para entender melhor a doença e como sua evolução foi influenciada principalmente por novas variantes do SARS-CoV-2 ou pelas diferentes abordagens terapêuticas. Neste breve relatório, resumimos as respostas coletadas de uma pesquisa por questionário que investigou dados patológicos importantes durante as duas primeiras ondas pandêmicas (primavera-verão 2020; outono-inverno 2020-2021). A pesquisa foi submetida à patologistas especialistas de nove países europeus envolvidos em procedimentos de autopsia em ambas as ondas pandêmicas. A frequência de cada lesão pulmonar foi bastante heterogênea entre os participantes. No entanto, uma maior frequência de superinfecções pulmonares, tanto bacterianas e, principalmente fúngicas, foi observada na segunda onda em comparação com a primeira. A obtenção de um conhecimento mais aprofundado das lesões patológicas que estão na base desta doença complexa e grave, que se alteram com o tempo, é fundamental para o correto manejo e tratamento do paciente. O exame de autopsia é uma ferramenta útil para atingir esse objetivo.
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